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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Setembro 2008

A necessidade do discipulado e do ensino

Em nossos dias, tenho observado que uma das mais urgentes necessidades no meio evangélico é o discipulado e o ensino genuíno da Palavra de Deus. Não quero generalizar, pois existem muitas igrejas que velam pela sã doutrina e priorizam o ensino da palavra de Deus, porém, em muitas das igrejas chamadas evangélicas, se prega um evangelho superficial, “light” (para não magoar, nem incomoda ninguém) e o que é mais perigoso: misturado com princípios não fundamentados na Bíblia.

No livro de Atos capítulo 8, após a perseguição que se desencadeou sobre a igreja apostólica, resultante da morte de Estevão, vemos que os cristãos foram obrigados a cumprir o que Jesus ordenou em Atos 1:8, mesmo que a contra gosto. Neste capítulo me chama a atenção a figura de um homem chamado Simão. O texto diz que Felipe chegou à Samaria após a dispersão e começou a proclamar o evangelho de Jesus, com poder e autoridade, operando muitos sinais e prodígios, através da unção do Espírito Santo. Resultado: “as multidões atendiam, unânimes às cousas que Felipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava” v. 6. Dentre os que creram estava Simão “o mágico”.

Este homem ficou impressionado com “o poder de Felipe” e chegou até mesmo a “abraçar a fé e ser batizado” v. 13, sem contar que estava sempre junto com Felipe, para ver de perto tudo o que ele fazia.

Passado algum tempo, a igreja em Jerusalém, vendo o que estava ocorrendo em Samaria, enviou o apóstolo Paulo e João para confirmar o trabalho iniciado por Felipe. Chegando eles ali, constataram que os novos discípulos apenas tinham sido batizados em água, mas não tinham sido cheios do Espírito Santo, de maneira que começaram a orar com imposição de mãos para que recebessem o Espírito Santo.

Simão quando viu aquilo ficou maravilhado, e como lhe faltava conhecimento e ensino da Palavra, pensou que poderia adquirir o poder de Deus através do dinheiro.

Quantos “Simãos” você conhece? Quantas pessoas nós conhecemos que a semelhança de Simão, receberam a Cristo, foram batizados, mas não conhecem quase nada da Palavra de Deus, a não ser a porção que recebem a cada domingo? Algumas dessas pessoas são ambiciosas como Simão e fazem o que for necessário para adquirir poder e influência na igreja, ainda que tenham que comprar ou usar de meios escusos. Outras são presas fáceis para qualquer aventureiro que aparecer, com suas mirabolantes interpretações do evangelho.

Existe ainda outro grupo de pessoas mau discipuladas nas igrejas; são aquelas que também “abraçaram a fé” e professam a Cristo, mas não se desprenderam totalmente de SUS antigos vínculos religiosos, de suas antigas convicções. Elas receberam a Crista, mas talvez, inconscientemente, tentam “cristianizar” algumas das suas antigas práticas, como acontecia com os fariseus convertidos (ver Atos 15:5). Porque você acha que a pregação do evangelho, atrelada a usos e costumes tem boa aceitação? Herança de nossas antigas convicções e práticas (penitências, pagamento de promessas, obras, etc.)

Jesus fora claro às suas instruções para nós como seus discípulos, porém, infelizmente muitas vezes nos esquecemos daquilo que Ele nos instruiu de forma clara: “... fazei discípulos, ... ENSINANDO-OS a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado”. Mt 28:19/20. Se persistirmos em negligenciar estas instruções, continuaremos a conviver com os “Simãos e fariseus” dentro de nossos templos.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano I, nº 06 - 01 de setembro de 2008 - IBBSC)