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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Novembro 2008

“Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? Mc 15:12

Algum tempo atrás, fazendo uma leitura no evangelho de Marcos, chamou-me a atenção o versículo 12 do capítulo 15, quando Pilatos, sentindo-se encurralado pelos judeus e percebendo claramente que as acusações que eles faziam contra Jesus eram motivadas por ciúmes e inveja; tentando ao mesmo tempo livrar-se da responsabilidade de acusar uma pessoa que ele próprio definiu como inocente e ficar em paz com sua consciência, ele pergunta aos judeus: “Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus?”.

Este versículo me chamou a atenção porque nós vivemos num mundo que, a semelhança de Pilatos, não sabe o que fazer com Jesus. Você já percebeu que numa roda de pessoas não crentes, ou num programa de televisão, ou durante o cafezinho no escritório é permitido falar de qualquer assunto? Política, amores, economia, futebol e até de Deus, mas quando o nome Jesus é pronunciado, as coisas mudam? Certo constrangimento paira no ar, as expressões faciais mudam; inconscientemente os pensamentos dizem: ”este assunto não cabe aqui, não desejo pensar nisso agora, que assunto mais inconveniente, etc.”. O mais triste porém, é quando um cristão tem esses tipos de pensamentos; o lamentável é quando um cristão chega a conclusão de que na sua vida existe tempo e espaço para quase tudo, mas quanto a Jesus... que fazer com Ele?

Lembro-me de dois episódios que ilustram bem o que estou dizendo, um ocorreu quando estávamos na Venezuela. Próximo da minha casa havia uma escola particular católica, minha esposa, juntamente com outra jovem foram até aquela escola e conversaram com a diretora oferecendo-se para dar aulas de religião para as crianças gratuitamente. A diretora gostou muito da idéia e concordou, porém, fez uma ressalva: “vocês podem ensinar o que quiserem sobre religião, contanto que não falem sobre Jesus e sobre salvação”. Estranha e incoerente ressalva feita por uma pessoa que se dizia cristã e temente a Deus. O outro episódio ocorreu quando estávamos no Azerbaijão e duas missionárias que faziam trabalhos em orfanatos receberam semelhante advertência, vinda de uma diretora: “Vocês podem ensinar para as crianças sobre Moisés, sobre os profetas, mas, por favor, não ensinem sobre o injil (evangelho) nem sobre Isa (Jesus)”. Estes dois incidentes me trazem à memória uma advertência semelhante recebida pelos apóstolos Pedro e João, proferida pelos principais do Sinédrio, após Deus ter curado um paralítico através deles. “Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em o nome de Jesus”. At 4:18.

A realidade é que vivemos num mundo que adora falar de Deus, mas que não suporta ouvir sobre o seu Filho, e que igual a Pilatos, não sabe o que fazer com Ele, porque de alguma forma desconhecida este mesmo mundo sabe que ouvir sobre Jesus é ouvir a verdade, é ser confrontado, é ser desmascarado, é enxergar o que somos de verdade, é ter que fazer escolhas, é ter que decidir, é “perder a inocência”. Para muitos a ignorância é mais cômoda, não pensar é mais confortável, não conhecer a verdade é mais seguro, porém, o que fazer com Jesus é o grande problema que cada um de nós terá que resolver.

Pr. Luiz Nunes

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(Boletim ano I nº 8 – 01 de novembro de 2008