MANTENHAMOS O BOM SENSO
Um dia desses navegando pela internet, fiquei impressionado com quantidade de janelas indesejáveis aparecendo de todos os lados, piscando e “pedindo” para serem clicadas, querendo chamar a minha atenção e desviar-me do meu propósito.
A internet é uma amostra exata dos nossos dias, onde aparecem janelas piscando por todos os lados. Hoje em dia decidir não é tarefa fácil, seja sobre o que estudar, que carreira escolher, onde as opções são intermináveis, até o que comer, pois variedades e novas marcas não faltam nas prateleiras dos supermercados ou ainda que canal assistir, pois hoje em dia existem as parabólicas, os canais por assinaturas oferecendo mais de cem canais de opção.
Apesar de Jesus ter dito que estamos no mundo mais não somos do mundo, em muitos aspectos a igreja tem reproduzido todas as tendências vigentes em nosso mundo. Você já percebeu que variedade de igrejas nós temos? Igrejas com as mais variadas e estranhas correntes teológicas e doutrinárias, isso sem falar das formas litúrgicas. Que variedade de versões bíblicas nós temos! Que variedade de cultos! Para todos os gostos e paladares.
Tudo isto me faz pensar se não estamos nos perdendo neste emaranhado e confuso mundo, se não estamos perdendo nosso bom senso e nossa capacidade de discernimento, se não estamos clicando muitas janelas inúteis, fúteis e até perigosas, se não estamos desviando-nos de nosso propósito, de nossa missão como corpo vivo de Cristo, como luz do mundo e sal da terra, se não estamos nos contextualizando demais a essa sociedade corrompida e corrupta e perdendo nossa voz profética, se não estamos indo na contramão do que disse o apóstolo Paulo em Rm. 12:2 “e não vos conformeis com este século...”
Em nossos dias, se não quisermos nos perder e nos emaranhar nas teias das novidades e clicar janelas inúteis, precisamos mais do que nunca ser capazes de entender qual é a essência da nossa fé e a essência da nossa missão, pois mesmo dentro do contexto cristão-evangélico não é difícil trocar a essência pelo secundário ou periférico, não é difícil trocar o manancial de águas vivas pelas cisternas rotas (Jr. 2:13).
João Batista foi alguém que conseguiu manter o foco da sua missão no lugar certo, apesar das tentativas para distraí-lo, ele foi alguém capaz de discernir as janelas inúteis, fúteis e prejudiciais (Jo. 3:22-30). Nesta passagem alguns discípulos de João chegam até ele e diz-lhe: “sabe aquele Jesus que estava contigo do outro lado do Jordão? Então, ele está fazendo mais discípulos que você, todo mundo está indo atrás dele, eu acho que ele está sendo mais usado que você, ele está mais popular...” (paráfrase minha)
O que aqueles homens estavam tentando fazer é despertar aquele sentimento tão comum em nós e que tem destruído, divido e separado igrejas e líderes, ou seja, sentimentos de ciúmes, de inveja, de despeito, etc. Em momentos como este em que se encontrava João Batista, o dedo coça querendo clicar a janela errada. Graças a Deus, João não perdeu o bom senso nem o foco da sua missão, ele foi capaz de discernir o “vírus” escondido nas palavras daqueles homens. Veja que resposta maravilhosa ele dá àqueles instigantes: “o homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe for dado V.27; convém que ele cresça e que eu diminua V.30”.
No meu entender, “aqui mora o perigo”, a maioria dos problemas que ocorrem em nosso meio, ocorrem porque queremos crescer e aparecer mais do que Jesus. Este desejo de querer crescer e aparecer, que aliás, já estava presente antes do nosso mundo existir, faz com que muitos percam o bom senso, coloquem de lado a essência da fé cristã e adotem as mirabolantes novidades, clicando toda nova opção que aparece.
Existe um mundo em trevas espiritual, povos inteiros em obscuridade e ignorância, “multidões no vale da decisão” Jl.3:14, portanto meus amados não percamos de vista nossa missão dada pelo próprio Jesus em Mt.28:19-20, Mc.16:15, At. 1:8, etc. Não percamos o foco, colocando de ponta cabeça a lista das prioridades de Deus, pois a alma humana ainda continua valendo para Deus, mais do que o mundo todo, o amor ainda continua sendo para Deus o mais excelente dos dons, o sacrifício de Jesus na cruz ainda continua sendo suficiente para nos resgatar de toda e qualquer maldição, a mensagem a ser pregada e que transforma o pecador ainda continua tão simples e eficaz como antes At.17:2-4, I Cor.2:1-5, II cor.4:2-5.
Caminhemos, pois, com os olhos fitos em Jesus, esforçando-nos para que Ele cresça e se torne cada vez mais conhecido e famoso entre as nações e que a semelhança de João não nos deixemos seduzir pelos apelos da nossa velha natureza, clicando a opção errada, que nossa vida e testemunho possa mostrar para as multidões sedentas e carentes de esperança, a real e viva esperança, como fez João a seus seguidores: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”
Pr. Luiz Nunes
(Boletim ano III - nº 27 - 01 de junho de 2010 - IBBSC)