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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Junho 2010

MANTENHAMOS O BOM SENSO

Um dia desses navegando pela internet, fiquei impressionado com quantidade de janelas indesejáveis aparecendo de todos os lados, piscando e “pedindo” para serem clicadas, querendo chamar a minha atenção e desviar-me do meu propósito.

A internet é uma amostra exata dos nossos dias, onde aparecem janelas piscando por todos os lados. Hoje em dia decidir não é tarefa fácil, seja sobre o que estudar, que carreira escolher, onde as opções são intermináveis, até o que comer, pois variedades e novas marcas não faltam nas prateleiras dos supermercados ou ainda que canal assistir, pois hoje em dia existem as parabólicas, os canais por assinaturas oferecendo mais de cem canais de opção.

Apesar de Jesus ter dito que estamos no mundo mais não somos do mundo, em muitos aspectos a igreja tem reproduzido todas as tendências vigentes em nosso mundo. Você já percebeu que variedade de igrejas nós temos? Igrejas com as mais variadas e estranhas correntes teológicas e doutrinárias, isso sem falar das formas litúrgicas. Que variedade de versões bíblicas nós temos! Que variedade de cultos! Para todos os gostos e paladares.

Tudo isto me faz pensar se não estamos nos perdendo neste emaranhado e confuso mundo, se não estamos perdendo nosso bom senso e nossa capacidade de discernimento, se não estamos clicando muitas janelas inúteis, fúteis e até perigosas, se não estamos desviando-nos de nosso propósito, de nossa missão como corpo vivo de Cristo, como luz do mundo e sal da terra, se não estamos nos contextualizando demais a essa sociedade corrompida e corrupta e perdendo nossa voz profética, se não estamos indo na contramão do que disse o apóstolo Paulo em Rm. 12:2 “e não vos conformeis com este século...”

Em nossos dias, se não quisermos nos perder e nos emaranhar nas teias das novidades e clicar janelas inúteis, precisamos mais do que nunca ser capazes de entender qual é a essência da nossa fé e a essência da nossa missão, pois mesmo dentro do contexto cristão-evangélico não é difícil trocar a essência pelo secundário ou periférico, não é difícil trocar o manancial de águas vivas pelas cisternas rotas (Jr. 2:13).

João Batista foi alguém que conseguiu manter o foco da sua missão no lugar certo, apesar das tentativas para distraí-lo, ele foi alguém capaz de discernir as janelas inúteis, fúteis e prejudiciais (Jo. 3:22-30). Nesta passagem alguns discípulos de João chegam até ele e diz-lhe: “sabe aquele Jesus que estava contigo do outro lado do Jordão? Então, ele está fazendo mais discípulos que você, todo mundo está indo atrás dele, eu acho que ele está sendo mais usado que você, ele está mais popular...” (paráfrase minha)

O que aqueles homens estavam tentando fazer é despertar aquele sentimento tão comum em nós e que tem destruído, divido e separado igrejas e líderes, ou seja, sentimentos de ciúmes, de inveja, de despeito, etc. Em momentos como este em que se encontrava João Batista, o dedo coça querendo clicar a janela errada. Graças a Deus, João não perdeu o bom senso nem o foco da sua missão, ele foi capaz de discernir o “vírus” escondido nas palavras daqueles homens. Veja que resposta maravilhosa ele dá àqueles instigantes: “o homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe for dado V.27; convém que ele cresça e que eu diminua V.30”.

No meu entender, “aqui mora o perigo”, a maioria dos problemas que ocorrem em nosso meio, ocorrem porque queremos crescer e aparecer mais do que Jesus. Este desejo de querer crescer e aparecer, que aliás, já estava presente antes do nosso mundo existir, faz com que muitos percam o bom senso, coloquem de lado a essência da fé cristã e adotem as mirabolantes novidades, clicando toda nova opção que aparece.

Existe um mundo em trevas espiritual, povos inteiros em obscuridade e ignorância, “multidões no vale da decisão” Jl.3:14, portanto meus amados não percamos de vista nossa missão dada pelo próprio Jesus em Mt.28:19-20, Mc.16:15, At. 1:8, etc. Não percamos o foco, colocando de ponta cabeça a lista das prioridades de Deus, pois a alma humana ainda continua valendo para Deus, mais do que o mundo todo, o amor ainda continua sendo para Deus o mais excelente dos dons, o sacrifício de Jesus na cruz ainda continua sendo suficiente para nos resgatar de toda e qualquer maldição, a mensagem a ser pregada e que transforma o pecador ainda continua tão simples e eficaz como antes At.17:2-4, I Cor.2:1-5, II cor.4:2-5.

Caminhemos, pois, com os olhos fitos em Jesus, esforçando-nos para que Ele cresça e se torne cada vez mais conhecido e famoso entre as nações e que a semelhança de João não nos deixemos seduzir pelos apelos da nossa velha natureza, clicando a opção errada, que nossa vida e testemunho possa mostrar para as multidões sedentas e carentes de esperança, a real e viva esperança, como fez João a seus seguidores: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”

Pr. Luiz Nunes


(Boletim ano III - nº 27 - 01 de junho de 2010 - IBBSC)


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Maio 2010

“...Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:36)

Se existe algo divino em nossa sociedade corrompida, este algo chama-se família!

Creio ser desnecessário provar biblicamente que a família foi idealizada e constituída por Deus, mesmo porque já fiz isto em outras ocasiões. O relacionamento de Deus com Adão e Eva, no jardim do Éden, antes da queda, era basicamente familiar, onde era evidente as qualidades que envolvem uma família saudável: amor, carinho, confiança, comunhão, aceitação, etc... Porém, o que eu gostaria de enfatizar nesta breve meditação não é sobre as bases teológicas da família, mas gostaria de singelamente destacar alguns fatores práticos, que a meu ver, contribui para que uma família seja feliz, equilibrada e abençoada.

a) Presença de Deus – Quanto a isto não é necessário falar muito, basta que recordemos como era nossa família antes que Deus fosse convidado a fazer parte dela. Com certeza não faltavam conflitos, falta de perdão, mágoas, separações e quem sabe divórcios. Sem Deus a família pode ter uma casa linda, magnificamente construída, mas com certeza, esta casa/família, não aguentará os vendavais e os desmoronamentos, porque só Deus é capaz de verdadeiramente edificar com bases sólidas nossa casa/família. (Sl. 127-1, Ap. 3-20)

b) Lar doce lar – Para uma família ser feliz, não basta ter casa própria, é preciso que esta casa se transforme num lar, num lugar de refúgio, onde queremos estar e desejamos regressar após cada dia de trabalho. Nossa casa precisa ser nosso ninho, nosso porto seguro, onde nos sentimos acolhidos, protegidos e amados. É sabido que muitos homens, depois que saem do trabalho, preferem ir a um boteco com os amigos, porque não sentem prazer em retornar para casa, algumas mulheres preferem a casa dos pais, ou o shopping, porque estar em casa é um martírio. (Sl. 128)

c) Finanças equilibradas – Este fator parece estar fora de lugar, porém é assustador ver em nossos dias, como as finanças têm sido causas de desajustes, conflitos, e até de separações conjugais. Nessa época de crédito fácil e consumismo contagiante, não podemos ser irresponsáveis e descuidados nesta área, é preciso que o marido e mulher (principalmente aquelas que trabalham fora) sentem juntos e façam as contas juntos e “não dêem passos maior do que a perna”.

Gostaria de concluir esta meditação ressaltando duas virtudes que são como uma linha que costura todos os outros fatores anteriores e que são essenciais para a felicidade e a benção familiar. Estes fatores são: amor e perdão.

Que Deus abençoe nossas famílias.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano III - nº 26 - 01 de maio de 2010 - IBBSC)

Abril 2010

EIS O CORDEIRO DE DEUS

"No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" Jo 1:29

Vivemos um tempo tido por muitos como místico. Está na moda ser místico, usar roupas místicas, escutar músicas místicas. Isto posto, aproveitando que a mística está em moda, a Páscoa está chegando e, sobretudo, antes que coelhos e ovos de chocolates nos dominem, nada mais oportuno do que falar sobre aquilo que verdadeiramente é místico - o sacrifício do Deus-homem na cruz. Aqui cabe uma definição de mística, ou seja, ela pode ser definida como: "Estudo daquilo que é verdadeiramente espiritual ou divinal".

Então, a salvação é mística. Por quê? Pela sua verdadeira sobrenaturalidade, porque por amor, nasceu no coração de Deus. Foi Ele, que no tempo adequado enviou à Terra Seu Filho, este ser igualmente divino e preexistente, para sofrer como um Mártir ao ponto de morrer na cruz para libertar-nos do poder do pecado e da morte e livrar-nos da condenação eterna (pois todos já nascemos condenados). Assim, a salvação é mística, e como tal, inacessível ao entendimento humano sem o auxílio da Fé (sobrenatural), que também é distribuída ao homem, pelo seu autor e consumador, Jesus Cristo. (He 12:2)

E a ressurreição? Consideramos a ressurreição, não menos mística, uma catástrofe cósmica através da qual a morte trazida por Adão e Eva (pela desobediência de ambos), foi aniquilada quanto aos seus efeitos sobre a humanidade. Por fim, ressurreto por Deus, o Salvador foi levado ao Céu, de onde aguarda o momento oportuno, como Senhor e Rei, para retornar sobre as nuvens do céu, a fim de coroar sua obra de amor e redenção; então, ocorrerá a ressurreição dos mortos e o juízo final, onde serão aniquiladas a morte e todo o sofrimento oriundo dela e do pecado.

Os seguidores de Cristo, aqueles que o são de fato, já possuem o "penhor" da salvação, a saber, o Espírito Santo, que habita neles e testifica acerca de sua salvação e filiação divina, além de garantir que nada poderá afastá-los daquele que os amou com amor incondicional.

Vivamos o verdadeiro espírito pascal!

Pastor Luiz Nunes - Parafraseado do Pão Quente Diário

(Boletim ano III - nº 25 - 01 de abril de 2010 - IBBSC)

Março 2010

“Disse mais o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” Gn 2:18

Ao ler este versículo, é comum as pessoas pensarem que a razão de existir da mulher seja o homem, ou até mesmo que ela só foi criada para agradar e sati8sfazer ao homem. É óbvio que Deus já tinha em mente também a criação da mulher quando fez o homem, pois como seria possível encher a terra através da multiplicação da espécie sem a participação da mulher, conforme ordena o Senhor em Genesis 1:28?

Desde o princípio Deus tinha em mente a constituição da família. Ele desejava que o homem e a mulher desfrutassem da mesma unidade e do mesmo companheirismo que a Trindade desfrutava (Gn 1:26-27). Deus fez homem e mulher, iguais quanto a sua essência, porém, diferentes e peculiares quanto as suas funções (ICor. 11:11-12; Gl 3:28).

É inegável a conquista feminina nas últimas décadas, embora em todas as épocas sempre houvesse grandes mulheres que deixaram suas marcas e seus nomes na História. Em nossos dias, com o aumento da maldade e da desintegração social, temos vista a força da mulher que, em muitos casos, assume também o papel de provedora do lar, juntamente com tantas outras funções que lhe são pecualiares. Mas, infelizmente, por outro lado, influenciadas pelo movimento feminista, temos observado também muitas mulheres se masculinizando, na tentativa de provar que não são inferiores aos homens. Ao agirem desta forma elas renegam aquilo que as tornam belas e únicas: sua feminilidade; muitas chegam ao extremo de renegar ou colocar em segundo plano a sua mais nobre missão: a de ser mãe.

No que diz respeito ao contexto cristão-evangélico, é indiscutível o valor e a importância que tem a mulher, basta dar uma olhada nos dados abaixo:

Segundo o censo do IBGE em 2000, entre os evangélicos, as mulheres representavam 56% do total. Em relação a obra missionária, segundo dados estatísticos da Sepal, existem 3 vezes mais mulheres solteiras que homens, servindo no campo missionário.

Estes números não deixam dúvidas sobre a importância da mulher na expansão do Reino de Deus, até mesmo antes da formação da igreja, pois o próprio Jesus tinha uma equipe feminina muito eficiente (Lc 8:2-3; 10:38-42).

Louvemos sim a Deus pelas mulheres cristãs, por sua força, dedicação, paciência e amor, que elas se inspirem nos padrões da Palavra de Deus para sua conduta e não no padrão corrompido desta sociedade, que apregoa uma falsa liberdade e uma falsa independência, que leva a destruição da família e a infelicidade.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano III - nº 24 - 01 de março de 2010 – IBBSC)

Fevereiro 2010

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”

No salmo 133:1, que é o tema do nosso Retiro Espiritual, Davi inicia o salmo com uma expressão de satisfação e prazer: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos”. Esta expressão “viverem unidos os irmãos”, literalmente significa “sentados juntos”, ou seja, nos traz a mente, aquele momento gostoso quando nos sentamos a mesa para uma refeição, com um amigo, parente ou familiar, ou quando recebemos alguém querido e nos sentamos com ele no sofá da sala para papear despreocupadamente.

Lembram-se de como viviam os cristãos primitivos? “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum... perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração”. At.2:44-47 “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum” At.4:32

Foi este o estilo de vida, e o modelo de unidade que nos legaram os apóstolos e os primeiros cristãos. Como nos afastamos desse modelo! Quão egoisticamente temos vivido! Quão isolados estamos uns dos outros, a ponto de não saber nem mesmo os nomes daqueles com quem convivemos! Quão divididos e escondidos em nossas trincheiras estamos! Precisamos urgentemente voltar as origens, ao modelo neotestamentário de unidade, pois nosso isolamento, divisões e partidarismo, tem afastado as pessoas de Cristo e trazido vexame e não glória ao seu nome.

Voltando ao salmo 133, Davi usa duas analogias para expressar a benção derivada da unidade entre os irmãos: o perfume aromático da unção sacerdotal e o orvalho fresco do Monte Hermom.

A analogia é simples: Israel era abençoado através do ministério sacerdotal, representado por Aarão. Os sacerdotes traziam no pescoço um colar contendo as 12 pedras de Onix, que representavam cada uma das 12 tribos de Israel, quando o azeite era derramado sobre a cabeça do sacerdote, descia para sua roupa e ungia também o colar representando as tribos de Israel. A segunda analogia tem o mesmo sentido, ou seja, o orvalho que descia do monte Hermom ao norte de Israel regava boa parte do território ao redor, tornando-o muito fértil e produtivo, além de ser a nascente do Rio Jordão que atravessa todo o território Israelense, para desaguar no Mar Morto ao sul, como no sul também estava o Monte Sião.

Concluindo, todo o povo é retratado no sacerdote: da cabeça ao corpo, e o país do Hermon a Sião, tem seu território ungido com o orvalho, assim como o sacerdote era ungido com o óleo da consagração. A unidade trazia benção e vida a nação.

Busquemos com diligência esta unidade, esforcemo-nos para sermos de fato um, pois disso depende a benção, a unção e a vida da igreja.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano III - nº 23 - 01 de fevereiro de 2010 - IBBSC)

janeiro 2010

FÉ CRISTÃ

Fé cristã não é o produto de uma subcultura religiosa. Também não é apenas um conjunto de dogmas e doutrinas que afirmamos crer. É, antes de tudo, um chamado de Cristo para segui-lo. Um chamado para tomar, cada um sua cruz de renúncia ao pecado e obediência sincera a tudo quanto Cristo nos ensinou e ordenou.

Muitos olham para este chamado e reconhecem que o preço para seguir a Cristo é muito alto. De fato é. Amar os inimigos, abençoar os que nos rejeitam, orar por todos os que nos perseguem, sem dúvida é muito difícil. Perdoar os que nos ofende, resistir as tentações, buscar antes de qualquer coisa o reino de Deus e a sua justiça. Resistir aos impulsos consumistas numa cultura hedonista, preservar uma conduta moral e ética elevada em meio a tanta corrupção e promiscuidade definitivamente tem um preço elevado.

Se o custo do discipulado já é alto, já imaginou o custo do não-discipulado? Se amar o inimigo é difícil, tente odiá-lo! Se viver em obediência a Cristo, renunciando o pecado, exige muito, procure ignorar isto!

Vivemos hoje numa sociedade enferma. O número de divórcios aumenta cada dia. O número de filhos que desconhecem o pai é alarmante. As doenças de fundo emocional multiplicam-se. A violência cresce e a corrupção parece não ter fim. A raiz da enfermidade pessoal e social, em grande parte, é o não-discipulado. Não considerar os mandamentos de Cristo, seu magnífico ensino no Sermão do Monte, seu chamado para a renúncia ao pecado e a necessidade de diariamente tomar a cruz da obediência para segui-lo tem um custo incalculavelmente maior.

Pagamos um alto perco pela “graça barata”. Nossas famílias sofrem por causa dela. Nossos filhos encontram-se confusos e perdidos. A nação afunda-se na lama da corrupção, da violência e da promiscuidade. Nossas igrejas transformaram-se em centros de entretenimento religioso, com um comércio de falsas promessas em troca de um evangelho sem cruz e de um reino onde cada um é seu próprio rei.

O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu “alto custo, é o único caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única esperança para a sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre que não segui-lo vai lhe custar muito mais.

Extraído da Revista Ultimato

(Boletim ano III - nº 22 - 01 de janeiro de 2010 – IBBSC)

Dezembro 2009

EBENÉZER

"Tomou, então, Samuel uma pedra e a pos entre Mispa e Sem e lhe chamou Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor". ISm 7:12

A palavra Ebenézer é uma das mais conhecidas da Bíblia. Ela é inclusive, usada como nome próprio por muitas igrejas. Este é um caso típico de palavra muito conhecida, porém, pouco entendida. Alguns confundem seu significado, com a frase proferida pelo profeta Samuel no final deste versículo.

Ebenézer significa "Pedra de ajuda". Esta é uma palavra que só pode ser entendida plenamente em seu contexto original. O profeta Samuel profere a frase acima logo após o exército de Israel derrotar o exército Filisteu e recuperar as cidades que haviam sido tomadas pelo inimigo. O que torna mais significativo ainda esta frase, é o que havia acontecido a alguns anos atrás, quando Eli ainda era sacerdote. Israel havia sofrido uma terrível derrota para os Filisteus, e para piorar a situação, os inimigos haviam levado o principal objeto de devoção de Israel: a Arca da Aliança!

Agora, sob o sacerdócio de Samuel, no mesmo campo de batalha onde eles haviam sido derrotados anteriormente, Deus concede-lhes uma maiúscula vitória sobre os mesmos inimigos do passado. É como se Deus estivesse querendo restaurar as frustrantes lembranças do povo, é como se Deus estivesse dizendo-lhes que as derrotas do passado são aprendizados, para que sejamos vencedores no futuro. Deus estava dando ao povo um novo recomeço.

Portanto, Ebenézer, é um lembrete de que não estamos sós, que temos uma "pedra de ajuda". É a mesma pedra espiritual que acompanhava o povo de Israel no deserto e a mesma que nos acompanha diariamente. Essa pedra é Cristo (I Co 10:4).

Tão significativa quanto a palavra Ebenézer é a frase que Samuel profere na sequência: "Até aqui nos ajudou o Senhor!".

Ao dizer isto, ele estava dizendo aos crentes de todas as épocas que não importa as situações, as dificuldades, as lutas, as perdas, as frustrações, o choro, as lágrimas e a dor pelas quais passamos no transcurso de nossas vidas e que fizeram marcas profundas, o que importa é que CHEGAMOS ATÉ AQUI. Até aqui, portanto, evoca vitória, superação e conquista!

Até aqui, nos traz esperança e a certeza de que haverá um DAQUI POR DIANTE, que não estamos acabados, destruídos, presos a um passado de derrotas; até aqui nos diz que haverá um futuro, que podemos e devemos sonhar, não importa as dificuldades e os desafios que o amanhã nos reserva, o que importa é que nós temos nosso Ebenézer.

Aleluia! Louve ao Senhor pelo ano de 2009 e que Ele renove suas forças e expectativas para o novo ano.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano II, nº 21 - 01 de dezembro de 2009 - IBBSC)

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Maio 2009

“Ora destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo? Sl 11:3

Com toda certeza uma casa construída sem alicerce, não pode ficar em pé por muito tempo. O próprio Jesus disse que uma casa construída sobre a areia não agüenta as tormentas, os vendavais e as tempestades; eu pergunto: uma sociedade sem fundamentos, sem alicerce pode subsistir?

Estamos vendo bem diante dos nossos olhos a destruição dos fundamentos e pilares colocados por Deus em nossa sociedade. Desses pilares, talvez o que mais corre perigo de destruição é a FAMÍLIA.

Com tristeza vemos a deteriorização, a destruição da nossa sociedade, que em nome do modernismo e do “politicamente correto”, tem permitido que a família seja destruída. Que padrão familiar vai deixar para a futura geração? Que conceito de família nossos filhos e netos herdarão? Talvez já não possamos mais afirmar que a célula mater da sociedade é formada por pai, mãe e filhos, pois em muitos casos a família é formada por dois homens ou duas mulheres que vivem juntos maritalmente e com direito de adotar filhos.

Sem dúvida que a destruição da família é decorrente de outros fundamentos que já há muito tempo vem sendo solapados, como o amor, a ética, a moral, a justiça, o bom senso e por aí vai. Só numa sociedade sem os fundamentos acima mencionados, uma mãe é capaz de gerar um filho e colocá-lo no latão de lixo, um pai é capaz de atirar sua filha pela janela do apartamento ou de espancá-la até a morte, só numa sociedade dominada pelo pecado mães são capazes de abortar seus filhos sem nenhum remorso na consciência, tendo como justificativa o direito de fazer o que quiser com seu próprio corpo.

Sendo assim, urge-nos responder a pergunta do salmista no versículo acima. Eu creio que algumas coisas nós que formos justificados por Cristo podemos fazer, como por exemplo:

a) Não nos calar – Deus nos chamou para termos voz profética na sociedade em que vivemos. Os profetas do antigo testamento não tinham medo de confrontar os pecados de sua geração, mesmo que tivesse que confrontar os poderosos, como fez Natã, Elias, Eliseu, etc. Vemos também o exemplo de João Batista no NT, que por não se calar diante do pecado de Herodes Antipas foi decapitado.

b) Não nos omitir – Tiago diz que aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisto está pecando (Tg 4:17). Jesus também deixou claro, que Ele nos escolheu e nos salvou com uma missão: sermos luz do mundo e sal da terra (MT 5:13-16), pois não adianta nada protestar contra o pecado se não dermos bons exemplos como família, se nosso testemunho familiar não despertar nenhuma atração naqueles que nos cercam.

c) Finalmente podemos orar – Tiago diz que “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. O que podemos fazer devemos fazer, mas o que não está ao nosso alcance com certeza está ao alcance daquele que tem todo poder e autoridade em suas mãos.

Portanto, não aceitemos passivamente de braços cruzados a destruição da família, sejamos nós igreja do Senhor, exemplo e modelo para aqueles que buscam nesta sociedade desnorteada parâmetros para suas vidas e famílias.

Pr. Luiz Nunes

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(Boletim ano II – nº 14 – 01 de maio de 2009 - IBBSC)

Julho 2009

Junho 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Novembro 2008

“Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? Mc 15:12

Algum tempo atrás, fazendo uma leitura no evangelho de Marcos, chamou-me a atenção o versículo 12 do capítulo 15, quando Pilatos, sentindo-se encurralado pelos judeus e percebendo claramente que as acusações que eles faziam contra Jesus eram motivadas por ciúmes e inveja; tentando ao mesmo tempo livrar-se da responsabilidade de acusar uma pessoa que ele próprio definiu como inocente e ficar em paz com sua consciência, ele pergunta aos judeus: “Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus?”.

Este versículo me chamou a atenção porque nós vivemos num mundo que, a semelhança de Pilatos, não sabe o que fazer com Jesus. Você já percebeu que numa roda de pessoas não crentes, ou num programa de televisão, ou durante o cafezinho no escritório é permitido falar de qualquer assunto? Política, amores, economia, futebol e até de Deus, mas quando o nome Jesus é pronunciado, as coisas mudam? Certo constrangimento paira no ar, as expressões faciais mudam; inconscientemente os pensamentos dizem: ”este assunto não cabe aqui, não desejo pensar nisso agora, que assunto mais inconveniente, etc.”. O mais triste porém, é quando um cristão tem esses tipos de pensamentos; o lamentável é quando um cristão chega a conclusão de que na sua vida existe tempo e espaço para quase tudo, mas quanto a Jesus... que fazer com Ele?

Lembro-me de dois episódios que ilustram bem o que estou dizendo, um ocorreu quando estávamos na Venezuela. Próximo da minha casa havia uma escola particular católica, minha esposa, juntamente com outra jovem foram até aquela escola e conversaram com a diretora oferecendo-se para dar aulas de religião para as crianças gratuitamente. A diretora gostou muito da idéia e concordou, porém, fez uma ressalva: “vocês podem ensinar o que quiserem sobre religião, contanto que não falem sobre Jesus e sobre salvação”. Estranha e incoerente ressalva feita por uma pessoa que se dizia cristã e temente a Deus. O outro episódio ocorreu quando estávamos no Azerbaijão e duas missionárias que faziam trabalhos em orfanatos receberam semelhante advertência, vinda de uma diretora: “Vocês podem ensinar para as crianças sobre Moisés, sobre os profetas, mas, por favor, não ensinem sobre o injil (evangelho) nem sobre Isa (Jesus)”. Estes dois incidentes me trazem à memória uma advertência semelhante recebida pelos apóstolos Pedro e João, proferida pelos principais do Sinédrio, após Deus ter curado um paralítico através deles. “Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em o nome de Jesus”. At 4:18.

A realidade é que vivemos num mundo que adora falar de Deus, mas que não suporta ouvir sobre o seu Filho, e que igual a Pilatos, não sabe o que fazer com Ele, porque de alguma forma desconhecida este mesmo mundo sabe que ouvir sobre Jesus é ouvir a verdade, é ser confrontado, é ser desmascarado, é enxergar o que somos de verdade, é ter que fazer escolhas, é ter que decidir, é “perder a inocência”. Para muitos a ignorância é mais cômoda, não pensar é mais confortável, não conhecer a verdade é mais seguro, porém, o que fazer com Jesus é o grande problema que cada um de nós terá que resolver.

Pr. Luiz Nunes

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(Boletim ano I nº 8 – 01 de novembro de 2008

Janeiro 2009

PROSSIGAMOS PARA O ALVO

Existe um ditado popular que dia que “a esperança é a última que morre”. Eu diria, porém, que este ditado não é verdadeiro, porque a esperança, sobretudo na vida do cristão nunca morre.

O que faz com que pessoas que perdem tudo numa inundação, num deslizamento ou terremoto, achem forças para recomeçar? Que força misteriosa faz com que pessoas que perdem entes queridos de forma trágica continuem vivendo? O que faz com que alguém que não passou no vestibular ou num concurso, tentar outra vez? Que sentimento é esse que faz as pessoas se renovarem todo final de ano e acreditarem que o ano vindouro será melhor?

Eu respondo: ESPERANÇA seja ela qual for. Nenhum ser humano consegue viver sem esperança, pois quando por alguma razão, o ser perde a esperança, ou se suicida, ou vegeta.

É bem verdade que às vezes o infortúnio, a doença, a calamidade, a desgraça nos pega de surpresa, nos coloca contra a parede e grita em nossos ouvidos que não há mais esperança, que não temos saída. Talvez seja desta forma que se sentiu Moisés, ali encurralado, entre o mar e o exército de faraó; parecia não haver saída, mas aí ele ouve aquela doce voz respondendo ao seu clamor – “Não temas: aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que hoje vos fará” (Ex. 14:13). E Ele fez! Fez um caminho onde não havia, onde não era provável, onde nenhum engenheiro pensaria em construir. Ele abriu caminho no meio do Mar Vermelho e o povo de Israel passou a pé enxuto!

Talvez não haja em toda a Bíblia alguém que tenha mais credibilidade para falar deste assunto do que Jó. Num piscar de olhos ele viu seu mundo ruir sem nenhuma explicação plausível. De uma hora para outra, ele viu sua vida virar de pernas para o ar, sem nenhuma razão aparente. Em um só dia ele perdeu seus 10 filhos, seus servos, seus rebanhos e, para agravar a situação, foi acometido de terríveis tumores, desde a cabeça até a planta dos pés. Com certeza bem poucos de nós agüentaria tamanha provação. Porém, Jó, contrariando toda lógica humana, não sucumbiu, não entregou os pontos, não caiu numa crise depressiva profunda, não tentou se suicidar e sabem por quê? PORQUE ELE NÃO PERDEU A ESPERANÇA E A FÉ! Veja que metáfora linda ele faz acerca de si mesmo: “- Porque há esperança para a árvore, pois mesmo cortada, ainda se renovará e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como planta nova”. (Jó 14:7-9)

Aleluia! E à semelhança daquela árvore cortada e envelhecida, Jó ressurgiu muito melhor que antes: mais confiante, mais experiente e Deus mostrou-lhe o quanto Ele é fiel e justo; Jó recebeu em dobro tudo aquilo que lhe havia sido tirado, inclusive seus filhos e, a partir dessa experiência, Deus passou a ter um novo significado para Jó. Deus deixou de ser apenas um nome, um ser distante sem rosto. Ele passou a fazer parte da sua vida de fato. Veja o que ele diz após este episódio:- “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te vêem”. (Jó 42:5)

Meus amados, não sejamos reféns de um passado ruim, de lembranças tristes, se o ano de 2008 não foi aquilo que você esperava, não desanime, não perca a esperança, pois Deus está colocando um ano novinho em folha diante de nós. São 365 páginas em branco e Deus nos dá o privilégio e a responsabilidade de sermos co-autores, com Ele, da história que será escrita em 2009.

Feliz Ano Novo, cheio de esperança e fé!

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano II - nº 10 - 01 de janeiro de 2009)


Dezembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

A necessidade do discipulado e do ensino

Em nossos dias, tenho observado que uma das mais urgentes necessidades no meio evangélico é o discipulado e o ensino genuíno da Palavra de Deus. Não quero generalizar, pois existem muitas igrejas que velam pela sã doutrina e priorizam o ensino da palavra de Deus, porém, em muitas das igrejas chamadas evangélicas, se prega um evangelho superficial, “light” (para não magoar, nem incomoda ninguém) e o que é mais perigoso: misturado com princípios não fundamentados na Bíblia.

No livro de Atos capítulo 8, após a perseguição que se desencadeou sobre a igreja apostólica, resultante da morte de Estevão, vemos que os cristãos foram obrigados a cumprir o que Jesus ordenou em Atos 1:8, mesmo que a contra gosto. Neste capítulo me chama a atenção a figura de um homem chamado Simão. O texto diz que Felipe chegou à Samaria após a dispersão e começou a proclamar o evangelho de Jesus, com poder e autoridade, operando muitos sinais e prodígios, através da unção do Espírito Santo. Resultado: “as multidões atendiam, unânimes às cousas que Felipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava” v. 6. Dentre os que creram estava Simão “o mágico”.

Este homem ficou impressionado com “o poder de Felipe” e chegou até mesmo a “abraçar a fé e ser batizado” v. 13, sem contar que estava sempre junto com Felipe, para ver de perto tudo o que ele fazia.

Passado algum tempo, a igreja em Jerusalém, vendo o que estava ocorrendo em Samaria, enviou o apóstolo Paulo e João para confirmar o trabalho iniciado por Felipe. Chegando eles ali, constataram que os novos discípulos apenas tinham sido batizados em água, mas não tinham sido cheios do Espírito Santo, de maneira que começaram a orar com imposição de mãos para que recebessem o Espírito Santo.

Simão quando viu aquilo ficou maravilhado, e como lhe faltava conhecimento e ensino da Palavra, pensou que poderia adquirir o poder de Deus através do dinheiro.

Quantos “Simãos” você conhece? Quantas pessoas nós conhecemos que a semelhança de Simão, receberam a Cristo, foram batizados, mas não conhecem quase nada da Palavra de Deus, a não ser a porção que recebem a cada domingo? Algumas dessas pessoas são ambiciosas como Simão e fazem o que for necessário para adquirir poder e influência na igreja, ainda que tenham que comprar ou usar de meios escusos. Outras são presas fáceis para qualquer aventureiro que aparecer, com suas mirabolantes interpretações do evangelho.

Existe ainda outro grupo de pessoas mau discipuladas nas igrejas; são aquelas que também “abraçaram a fé” e professam a Cristo, mas não se desprenderam totalmente de SUS antigos vínculos religiosos, de suas antigas convicções. Elas receberam a Crista, mas talvez, inconscientemente, tentam “cristianizar” algumas das suas antigas práticas, como acontecia com os fariseus convertidos (ver Atos 15:5). Porque você acha que a pregação do evangelho, atrelada a usos e costumes tem boa aceitação? Herança de nossas antigas convicções e práticas (penitências, pagamento de promessas, obras, etc.)

Jesus fora claro às suas instruções para nós como seus discípulos, porém, infelizmente muitas vezes nos esquecemos daquilo que Ele nos instruiu de forma clara: “... fazei discípulos, ... ENSINANDO-OS a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado”. Mt 28:19/20. Se persistirmos em negligenciar estas instruções, continuaremos a conviver com os “Simãos e fariseus” dentro de nossos templos.

Pastor Luiz Nunes

(Boletim ano I, nº 06 - 01 de setembro de 2008 - IBBSC)

Agosto 2008

Julho 2008

“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. At 20:24

Estas palavras fazem parte do discurso que o apóstolo Paulo fez aos anciãos ou presbíteros da igreja de Éfeso, quando estava de regresso de sua terceira viagem missionária, rumando para Jerusalém e já previamente avisado pelo Espírito Santo do que lhe aconteceria lá.

Deste versículo podemos extrair significantes princípios para nossas vidas:

a) Não ter a vida como um fim em si mesmo. Não viver em função de nós mesmos, para fazer e buscar somente aquilo que nos agrada e nos faz feliz. Jesus diz que dispor a vida desta forma é perdê-la. Quantos cristãos vivem apegados com unhas e dentes a sua vida terrena, como se não existisse eternidade, investindo todos seus recursos, todas suas energias, toda sua inteligência aqui, ou pior, em si mesmo. “Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo”.

b) Sentimento de dever cumprido, alegria e paz de espírito por cumprir a carreira que Deus designou para cada um de nós. O problema passa a ser quando nos apegamos mais a carreira ou ao cargo e nos esquecemos daquele que nos escolheu para tal. Uma carreira vitoriosa, não é necessariamente uma carreira longa ou cheia de grandes feitos, basta olharmos para a maior carreira já cumprida neste mundo: durou apenas três anos e, seguramente, não seria melhor ainda que durassem 30 anos ou então a carreira de João Batista, segundo alguns estudiosos não durou mais que seis meses, no entanto o próprio Jesus disse que “entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João” Lc 7:28. A segunda coisa que me chama atenção neste ponto é uma palavrinha que não se encontra na tradução em português, porém se encontra nas traduções do espanhol e do inglês. Sinceramente, não sei se consta no original em grego, porém, é muito sugestiva neste contexto. O texto do espanhol e do inglês diz: “contanto que complete minha carreira COM GOZO”. Esta pequena palavrinha me saltou aos olhos no texto em espanhol, porque tenho visto algumas pessoas terminando ou interrompendo suas carreiras sem gozo, sem alegria, cheias de amarguras, rancores e decepções. Tomando como exemplo a vida de Paulo, o segredo de uma carreira vitoriosa e cheia de gozo é amar mais aquele que nos chamou, do que a carreira em sim e cumprir com fidelidade e zelo a tarefa encomendada.

c) Saber exatamente qual é o propósito de nossas vidas e qual é nossa tarefa dentro do corpo de Cristo. Paulo disse: “o ministério que recebi do Senhor para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Segundo este texto e também Atos 1:8, nosso ministério é testemunhas o evangelho da graça de Deus. Não importa qual seja nossa tarefa, nossa ocupação, ou o cargo que exerçamos na igreja ou ainda os dons que tenhamos; tudo isso são apenas ferramentas para que possamos testemunhas o evangelho da graça de Deus. Testemunhar é mais profundo que pregar ou ensinar de um púlpito, porque envolve prática, envolve a materialização das nossas palavras, ou seja, testemunhar é pregar e ensinar através da vida, do cotidiano, dos atos, ações e atitudes, portanto, não é tarefa fácil se levarmos em conta nossa tendência natural ao pecado, porém, este foi o método usado por Jesus e também pelo apóstolo Paulo, pois, ele começa seu discurso no versículo 18 dizendo: “vós bem sabeis como foi que ME CONDUZI entre vós...”

Portanto, amados, disponhamos nossa vida para a glória do Senhor e para a expansão do seu reino aqui na terra.

Pr Luiz Nunes

(Boletim Ano I – nº 04 – 01 de julho de 2008 - IBBSC)

Junho 2008

“E eu Senhor, que espero? Tu és a minha esperança”. (Sl 39)

Como Davi, as vezes somos pegos meditando em nossa existência, no valor da vida e em sua brevidade, principalmente quando já não somos tão jovens assim e vemos nossos dias passando rapidamente, como uma sombra que declina, então começamos a analisar como gastamos nosso tempo passado e como estamos gastando o tempo presente.

Davi, talvez, num momento de desassossego de alma, num momento de insatisfação pessoal ou talvez, num momento de melancolia, começa a meditar no sentido e no valor da vida e chega a conclusão que pouca coisa tem valor eterno; que pouca coisa na vida vale realmente a pena, e que a maioria daquilo que nos aflige, a maioria daquilo a que dedicamos tanto tempo e valor, como por exemplo “amontoar tesouros”, são na verdade pura vaidade e não possui real valor.

No meio de sua meditação, com o coração esbraseado e com o peito em chamas ele se faz uma pergunta crucial, aliás, é a única pergunta em todo este salmo: “E eu, Senhor, que espero?”

Uma dura realidade é que, em nossa caminhada é muito fácil perder o rumo, a visão, o real sentido da vida e tomar direções equivocadas. Não são poucos os exemplos relatados na própria Bíblia, de pessoas que por diferentes razões perderam a visão e o real sentido da vida; alguns a perderam momentaneamente como é o caso do próprio Davi, outros a perderam completamente e permanentemente, como é o caso de Saul.

Creio, porém, que o pior de tudo é quando alguém perde a esperança, perde sua capacidade de sonhar; não consegue mais ter gosto e prazer pela vida; não consegue vislumbrar um futuro, isto é o mesmo que morrer estando ainda vivo.

Talvez quando Davi se faz esta pergunta, ele estava carecendo de esperança, de motivação, de sentido de vida, de uma visão clara, de objetivos e propósitos pelos quais continuar existindo e lutando, pois sem estes predicados só nos resta dizer como o profeta Elias: “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”.

Graças, porém, a Deus, que Ele não nos deixa só em nosso beco escuro. Ele sempre vem ao nosso encontro para renovar nossas forças; para restaurar nossa visão, para não deixar morrer nossa esperança. Foi assim que Ele agiu tantas vezes com Davi, quando ele por vários anos teve que fugir de Saul e depois de seu próprio filho Absalão, escondendo-se em lugares inóspitos, de caverna em caverna a fim de preservar sua própria vida. Porém, foram nesses lugares de provas que nasceram os mais belos salmos que recheiam nossas Bíblias.

Podemos perder tudo, como aconteceu com Jô. Nossos sonhos podem não se concretizarem como aconteceu com Moisés, que não pode entrar na Terra Prometida; nossas expectativas e anseios podem se tardar, como ocorreu com José no Egito, mas jamais, em hipótese alguma, podemos perder a esperança e a capacidade de sonhar, mesmo que seja difícil manter sempre elevado o nível de motivação; manter sempre fresca a límpida a visão, jamais devemos desistir, jamais desanimar. Crer, ainda que seja necessário “crer contra a esperança”, como fez Abraão, “pois quem fez a promessa é fiel”. (He 10:23)

Como fez Davi, sonde seu coração, verifique se ainda está no rumo certo, se ao longo da jornada não tomou rota equivocada, se não deixou morrer seus sonhos e arrefecer sua visão; se for este o caso, é sempre tempo de recomeçar, de retornar o rumo certo; de reacender a chama e manter viva a esperança, “porque na esperança fomos salvos. Ora esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como a espera? Mas se esperamos o que não vemos com paciência o aguardamos”. (He 8:24-25)

Pr. Luiz Nunes

(Boletim Ano I – nº 03 – 01 de junho de 2008 - IBBSC)

Maio 2008

Neste segundo domingo de maio, celebramos o Dia das Mães. Para muitos a data expressa saudades daquela que já se foi! O dia das mães sem a mamãe para dar um abraço é mesmo muito triste!

Mas nem todos os que ainda podem abraçar a sua mãe neste dia o fazem. Alguns há (acreditem!) que até se esquecem de suas mães... Não apenas “no seu dia”, mas em todos os dias! Há mães abandonadas em asilos... Há também mães abandonadas dentro de suas próprias casas... Solitárias e carentes de um abraço de filho, de um beijo, de atenção! O ser humano consegue às vezes ser mais animal do que humano por isso não é raro ver mães chorando porque seus filhos se tornaram indiferentes ao seu amor dedicado e abnegado.

Quando lemos a Bíblia também vemos o Deus, Soberano e Senhor sobre todas as coisas, clamando para que Seus filhos se apercebam que se tornaram indiferentes ao Seu amor eterno e incondicional: “Ouvi, ó céus, e dai ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura: mas Israel não tem conhecimento, o Meu povo não entende”. (Is 1:2-3)

Não podemos, contudo, ser ingênuos e conceber que as mães possuem um amor incondicional e perfeito. Mesmo algumas mães abandonam seus rebentos. Só Deus ama de forma eterna, perfeita e incondicional. Há muitos que nesse dia estão com o coração machucado porque foram vítimas da atroz rejeição por parte de suas mães. Não podemos “idolatrar” o amor materno entendendo-o como mais perfeito que conhecemos. É certo que o amor de mãe é instintivamente abnegado, mas isso não o torna perfeito. Inclusive as mães abandonam seus filhos à própria sorte. Talvez esta tenha sido a experiência do Salmista quando escreveu “ainda que meu pai e minha mãe me abandonem o SENHOR cuidará de mim” (Sl 27:10)

Somente o amor de Deus é incondicional e eterno: “Eu sempre vos amei e continuo a mostrar que meu amor por vocês é eterno”. (Je 31:3). Tal compreensão do amor de Deus é terapêutica: cura as mais profundas e dolorosas feridas que a rejeição, o abandono e o fracasso nos trazem. Portanto, seja qual for sua experiência familiar, ame de forma incondicional essa mulher maravilhosa, heroína ou não que Deus te deu por mãe.

Extraído do site Pão Quente Diário

(Boletim Ano I – nº 2 – 01 de maio de 20008)

Abril 2008

“Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra”. Hb 11:13

“ todos estes, embora tendo recebido bom testemunho pela fé, contudo não alcançaram a promessa”. Hb 11:39

Não é raro nós lermos o capítulo onze de Hebreus e nos sentirmos pequenos e indignos diante da galeria de heróis que ali desfilam como o próprio texto diz: “homens dos quais o mundo não era digno”. Porém, um dia desses, lendo uma vez mais este capítulo tão inspirador, me chamaram a atenção dois versículos que me fizeram admirar ainda mais estes heróis e heroínas, principalmente porque eles caminharam na contra mão da teologia em voga, em muitas igrejas hoje em dia.

Para os adeptos dessa teologia triunfalista e imediatista, que adoram as coisas rápidas, instantâneas “online”, talvez os membros dessa galeria, nem mesmo sejam considerados heróis, talvez sejam considerados fracassados, pessoas dignas de dó, exemplos para não serem seguidos, pois quer algo mais frustrante para esta geração do que não alcançar as promessas? Não realizar seus sonhos? Não concretizar seus objetivos?

Que diferença desses heróis de hebreus 11 (que mesmo “tendo recebido bom testemunho pela fé, contudo não alcançaram a promessa”) dessa geração do “toma lá dá Ca”, que é dominada pela filosofia mercantilista: “se sou dizimista Deus tem que me prosperar”, “se oro Deus tem que me responder”, “se peço, Deus tem que me dar”, “se Ele prometeu, tem que cumprir”. Às vezes nos esquecemos que Deus é Soberano, que Ele não nos deve nada, que os seus caminhos não são os nossos caminhos, nem os seus pensamentos os nossos pensamentos; também nos esquecemos que a nossa visão está limitada a fatores tais como: tempo, espaço, conhecimento, experiência, etc...; não temos a visão do todo, não conseguimos ver o quadro completo como Deus vê.

É interessante que o texto diz que “todos estes morreram na fé”, ou seja, eles não perderam a fé no meio da jornada; eles não se decepcionaram nem ficaram magoados com Deus por não haverem alcançado a promessa; eles não sucumbiram em frustrações e ressentimentos e sabem por quê? Porque eles não tinham uma visão imediatista das coisas; eles haviam aprendido que Deus é o Senhor dos tempos e das Eras; eles não tinham a esperança focada na vida presente; eles sabiam que não eram apenas terrenos, mas possuíam a cidadania celestial; eles se sentiam “peregrinos e estrangeiros na terra” e, sobretudo, eles confiavam plenamente nas promessas de Deus, porque criam que Ele era fiel.

Temos nós crido na fidelidade e na bondade de Deus, mesmo quando Ele se demora? Temos conservado nossa fé e esperança, mesmo quando não alcançamos as promessas? Ou temos engrossado o batalhão dos frustrados e decepcionados com Deus, daqueles que não conseguiram conservar sua fé até o final?

Que Deus nos ajude e nos abençoe! Pastor Luiz Nunes

(Boletim - Ano I – nº 1 – 01 de abril de 2008 - IBBSC)